Hoje a entrevista é com um dos caras que representam a cena atual da Cultura Custom nos EUA, este artista, desenhista e pinstriper, é também um dos caras que foram escolhidos para dar continuidade ao legado, de nada mais, nada menos, que um dos Pais da Contra Cultura e da Cultura Custom Mundial de todos os tempos Ed “Big Daddy” Roth, o seu nome é Mike “Mazooma” Babbel, e ele vai estar no Brasil em Outubro como convidado especial do Rodeo Motorcycle IV 2019…

Vamos a Entrevista, espero que gostem…

ENTREVISTA COM MIKE “MAZOOMA” BABBEL

1 – HK – Primeiro eu queria saber da sua origem, onde nasceu e se cresceu no mesmo lugar???

R. Eu sou de São Diego, Califórnia, nasci aqui, e vivi na mesma casa até eu completar 8 anos de idade, então nós mudamos, vivi na outra casa até os meus 20 anos, até me mudar pro norte, 1h de distância da cada antiga pra área de Temecula Valley.

2 – HK – Como era formada a sua família, o que o seu pai e sua mãe faziam, quantos irmãos você tinha?

R. Minha família tinha valores tradicionais, quando eu era bem jovem meu pai era dono de uma loja de bicicletas, foi ali que meu amor por rodas começou depois meu pai trabalhou com vendas em uma divisão da Caterpillar que produzia mecanismos de turbinas, minha mãe ficava em casa e cuidava de nós crianças, eu era o mais velho, tenho um irmão e uma irmã mais nova.

3 – HK – Falando da escola, onde estudou, e até onde seguiu, chegou a se formar?

R. Eu completei meu ensino fundamental em San Diego não muito longe de onde cresci indo e voltando andando da escola, no ensino médio estudei na Mission Bay High School, minhas aulas favoritas eram de artes e no meu último ano eu tive um problema para comparecer às aulas devido à liberdade de ter meu próprio carro e a vontade de ficar todo o tempo na praia, eu me formei depois de ter algumas aulas extras para repor os dias perdidos, os meus últimos dois anos foram quando meu treinamento em artes começou na minha aula de arte comercial.

4 – HK – Quando era criança você já pensava em desenhar e pintar, ou descobriu está vocação mais tarde?

R. Uma vez eu estava doente e meu pai trouxe pra casa alguns kits e revistas de carros pra mim, haviam anúncios de camisas do Ed Roth na revista, eu praticava desenhar esses anúncios numa mesa especial colocada no meu quarto pelos meus pais, foi aí que comecei a pensar sobre desenhar.

5 – HK – Você exerceu outro ofício antes de fazer o que o você faz nos dias de hoje?

R. Minha primeira experiência de trabalho foi na indústria automotiva, eu sempre quis estar em volta de carros de uma forma ou outra.

6 – HK – Você é um reconhecido Pinstriper, quando isso aconteceu na sua vida?

R. Eu comecei a pintar seriamente com a tinta e pincel de pinstripes em 2005, por muitos anos eu pratiquei na minha garagem e de pouco em pouco continuei pintando ate fazer pinstripes em óculos escuros, diria que em 2008 os óculos receberam reconhecimento e eu me tornei mais confiante nos meus trabalhos.

7 – HK – Chegou trabalhar com alguém ou com alguma empresa fazendo os seus Pinstripes e Desenhos antes do Ratfink? Conte-nos como e onde foi?

R. Tudo antes do Ratfink eram pequenas partes de arte na garagem ou em carros que eu faria pra mim mesmo ou clientes, me tornei um artista da Ratfink em 2010.

8 – HK – Quando você conheceu Ed “Big Daddy” Roth? Como foi?

R. Eu conheci o Ed “Big Daddy” Roth foi quando eu tinha 14 anos de idade, meu pai me levou em um show de carros chamado “World of Wheels” no centro de convenções de São Diego. Eu me lembro de esperar na fila com todos querendo encontrá-lo, ele estava aerografando camisetas e ainda lembro-me das coisas todas espalhadas, mas ele estava aproveitando.

Encontrando Ed, descobri que ele tinha uma grande personalidade e me fez sentir confortável, nós conversamos sobre minha arte e ele me deu um grande incentivo para continuar meu desejo de ser artista e pintor.

9 – HK – Quando foi convidado a fazer parte dos caras que desenham o Ratfink? Hoje você é o único?

R. Quando eu fui à primeira reunião Ratfink em Manti, Utah em 2010, eu fui convidado a me tornar um artista Ratfink, existem vários artistas Ratfink de idades e habilidades diferentes, desde jovens a mais velhos se encontrando na reunião todo ano.

10 – HK – Como foi o seu relacionamento com Ed “Big Daddy” Roth? Você trabalhou com ele, conte-nos como foi está experiência?

R. Eu veria o Ed depois que nos encontramos a primeira vez uma ou duas vezes por ano até os meus 20 anos, ele sempre se lembrava de mim, perguntando como eu estava e encorajando meu sonho pela arte, um dia quando o vi, ele me presenteou com a sua coleção completa de livros de como fazer letras e pinstripes, ele disse “pega esses livros e faça algo com eles cara” na época eu era um jovem pai e não tinha o tempo pra pintura que tenho agora.

11 – HK – O que você pode falar sobre o Ed “Big Daddy” Roth, ele é considerado uma lenda dentro da Contra Cultura e na Cultura Custom o que você acha desta afirmação?

R. Ed é uma grande lenda na Cultura Custom, muitas coisas que todos nos artistas fazemos começaram com Ed, como nos fazemos as linhas dos nossos carros e motos até os chapéus legais, camisas e jaquetas que vestimos, Ed ainda é, e sempre será uma grande influência pra Cultura Custom ao redor do mundo.

12 – HK – Você trabalha junto ao filho de Ed “Big Daddy” Roth, Cody Roth e família, desenvolvendo e criando os desenhos e Pinstripes ligados ao Ratfink e ao Ed, como tem sido nestes anos esta experiência?

R. Eu gastei muitos anos no passado viajando os Estados Unidos com Ilene, Cody e sua família vendendo os designs originais de Ed Roth estampados em camisetas e outros produtos, em 2015, a viúva de Ed, Ilene, criou uma nova linha de designs Ratfink chamados Ratfink Kustoms, e me pediram para fazer o design de uma camiseta, era uma caminhonete Chevy e eu criei o design pra “Heavy Chevy” que foi lançada em 2017, minha outra oportunidade foi fazer os designs pra camisas de eventos como reuniões e shows de carros, pôsteres, painéis metálicos, e artes originais em volta do museu Ratfink.

13 – HK – Quando você começou o seu trabalho com o Ratfink, qual foi a maior dificuldade? Você pensou em seguir o traço original criado pelo Ed, ou colocar o seu toque nos desenhos a partir do personagem original?

R. No trabalho pra Ratfink, eu mantenho os personagens num estilo bem similar a arte original do Ed, já que é isso que a maioria das pessoas querem ou pedem, em algumas ocasiões farei algo diferente se um cliente pedir, de qualquer forma sempre colocando meu toque próprio na arte.

14 – HK – Você tem noção da representatividade do personagem na Cultura Custom e Hot Rod? E Que muitos o têm como um símbolo? Como é ser o cara que tem a responsabilidade de desenha-lo e dar continuidade ao legado do Ed Big Daddy Roth?

R. No meu ver Ratfink representa todos nós fãs de peças na Cultura Custom e no mundo Hot Rod, Ele, o Ratfink passa o tempo criando a partir de tralhas, só seguindo seu próprio caminho, o que é o significado da Cultura Custom, não ser igual a todo mundo. Existem muitas pessoas como eu que continuam o legado do Ratfink de Ed. nós todos temos nosso estilo único de desenhar o Ratfink e esperamos que Ed esteja olhando feliz por nós.

15 – HK – Hoje você é um cara reconhecido dentro da Cultura Custom pelos seus trabalhos, como pinstriper e desenhista, quais são as suas maiores criações? E quais são as que você tem o maior orgulho de ter produzido?

R. Obrigado por reconhecer meu trabalho, sinto que eu sou reconhecido não apenas pelo trabalho como artista Ratfink, mas pelos meus trabalhos de Pinstripes em óculos escuros. Eu me lembro estar na fila em um evento em Nova York e um cara parou seu carro e gritou que gostava muito dos óculos escuros que eu fiz, enquanto apontava pra um desses em sua cabeça, depois de muitos anos eu acho que pintei oito ou nove mil óculos escuros e estou pintando mais enquanto faço essa entrevista! Eu gosto de ver pessoas usando eles, me procurando nos eventos pra pegar um novo par ou um presente e criando novos designs. Quando comecei a vender os óculos eu tinha uma caixa que carregava com uma tira em volta do meu pescoço, foi uma ideia da minha esposa, meio estranha, mas funcionou de forma fantástica.

16 – HK – Mike de onde veio o apelido “Mazooma”?

R. Quando eu era adolescente eu vestia uma camiseta do Ed “Big Daddy” Roth, esta camiseta nas letras maiores o personagem gritava “Mazooma”, e qualquer um que quisesse chamar minha atenção e não soubesse meu nome viam a camiseta e gritavam “Oi Mazooma!” de vez em quando meus amigos me provocavam e me chamavam assim. Então considerei esse apelido algo que combinasse comigo pra usar nas minhas artes.

17 – HK – Quanto tempo você trabalha com o Cody e família nos projetos do Ratfink e demais trabalhos em camisetas, óculos, placas, chapéus, miniaturas e tudo mais que vocês levam para os eventos pelos EUA?

R. Eu comecei a viajar com a equipe Ratfink em 2010, viajei por 7 anos e meio em eventos por todo os Estados Unidos, agora eu fico mais próximo de casa e viajo mais pra shows locais com a Ilene.

18 – HK – Eu gostaria de saber sobre os outros trabalhos você faz dentro do meio, por exemplo, em carros como pinstripes e Desenhos que eu já vi em fotos na net, e como isso acontece?

R. Com o passar dos anos pessoas de todo o mundo queriam os meus trabalhos, eu recebia pedidos desde pintar um capacete de moto, óculos escuros, até mesmo um aspirador de pó vintage.

19 – HK – Mike você conhece o Carlos Magno e família certo? Há quanto tempo e qual é a sua relação com eles? E o que você acha da Gabriela Toys empresa do Carlos?

R. Eu encontrei o Carlos a primeira vez a uns 7 ou 8 anos atrás no Grand National Roadster Show em Los Angeles, Califórnia, ele estava bem quieto quando veio para a nossa barraca e muito concentrado em escolher as mercadorias do Ratfink que ele iria comprar, no nosso primeiro encontro, Carlos estava muito empolgado em ver todos os produtos Ratfink em um mesmo lugar, depois desse show, eu vi Carlos várias vezes, e com o passar dos anos ao redor dos Estados Unidos em diferentes eventos de carros. Nós nos tornamos grandes amigos conversando muito sobre Ratfink e a Cultura Custom. Eu encontrei a família de Carlos algumas vezes nesses anos e sempre é bom quando nos encontramos, estou esperando muito vê-los em seu país. Pessoalmente eu sou um grande colecionador de Hot Wheels e qualquer objeto relacionado à Cultura Custom, carros e filmes. A Gabriela Toys tem todas as coisas que eu gosto e coleciono desde menino, e é uma forma fantástica que o Carlos e sua família encontraram para compartilhar o amor pela Cultura Custom com brinquedos e outros objetos com as pessoas do Brasil.

20 – HK – Você sabia que ele é o maior representante do legado do Ed Big Daddy Roth através do personagem Ratfink aqui no Brasil? O que você acha dessa afirmação?

R. Eu sei agora, mas grande parte do tempo que eu conheço Carlos ele sempre foi bem modesto sobre seu legado promovendo o Ratfink no Brasil, ele sempre foi o “Meu Amigo Carlos” e eu não havia notado sua importância pra Cultura, e ele merece mesmo essa afirmação, seu amor pelo Ratfink e pela Cultura Custom foi o que o tornou esse homem respeitado que ele é cuidando da sua Gabriela Toys. Eu tenho muitos amigos na Cultura que são lendas como o Ed “Big Daddy” Roth, mas para mim, eu estou mais interessado no cara e em quem ele é, do que o seu sucesso. Meu amigo Carlos é esse tipo de cara.

21 – HK – Como você recebeu o convite feito através do Carlos Magno para participar como convidado especial do Rodeo Motorcycle IV 2019 evento que será realizado aqui no Brasil em Outubro?

R. O Carlos me chamou junto com o Cody pra ir ao Rodeo em outra ocasião, infelizmente, não era uma boa hora pra nenhum de nós irmos pro Brasil, esse ano quando Carlos e o Flavinho me convidaram novamente eu disse um grande sim. Eu me sinto muito honrado por ser chamado pra participar de um evento tão grande e estou empolgado para conhecer todo mundo.

22 – HK – Qual a sua expectativa em visitar o Brasil pela primeira vez?

R. Por muitos meses eu acompanhei o trabalho de artistas brasileiros da Cultura Custom no Facebook e Instagram, eu estou bem empolgado pra estar entre pessoas tão talentosas, em várias das viagens de Carlos, eu tive o prazer de conhecer alguns de seus amigos e espero poder revê-los. Existem muitas ideias novas, e únicas na Cultura Custom brasileira e eu mal posso esperar para ter a experiência de ver tudo isso ao vivo.

23 – HK – O que você espera encontrar e viver como experiência aqui no show de outubro no Brasil?

R. Primeiro eu queria muito falar português, mas sério, eu espero uma grande empolgação no Rodeo, e uma visão nova em carros customizados e motos, eu espero encontrar e fazer novos amigos também, eu estou certo que o tempo vai passar rápido e vou querer voltar de novo.

HK – Para terminar nós gostaríamos que você dissesse o que viesse ao coração sobre o que você espera encontrar no Brasil no seu primeiro contato com as pessoas, com os caras que cultuam o que você faz, e vivem a Cultura Custom como um modo de vida, e qual a mensagem que você poderia passar para eles…

MIKE – As pessoas do Brasil que conheci tem uma paixão pela Cultura Custom que eu também tenho, eu mal posso esperar para ver o entusiasmo de todos no evento, ver o que é novo e diferente, e o que é similar da Cultura nos EUA, o real sentido da Cultura Custom que eu compartilharia, é como deixar os indivíduos expressarem o que está em seus corações e nas suas mentes quando fazem suas máquinas ou criam suas artes, seja você, não tente ser outro alguém que você não é, a Cultura Custom precisa de novas e inovadoras ideias que só você pode prover com suas experiências diferentes e a sua criatividade, gaste quanto tempo você puder trabalhando e usando sua imaginação pra criar, e não se preocupe sobre o que os outros vão pensar ou dizer, como dizia o Ed “Big Daddy” Roth…

“Nos todos temos talentos dados pelo cara lá de cima, então não desperdicem esses talentos, os compartilhem com o mundo”.

Nós do Site Hot Kengas gostaríamos de dizer que foi uma honra poder entrevista-lo e poder dividir toda a sua experiência de vida na Cultura Custom com os nossos leitores aqui no Brasil…

A gente se vê aqui em outubro, até lá…

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